quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

ESPACO CUCA | MARIO DE ANDRADE

A 6ª edição da Bienal de Cultura da UNE terá uma novidade: O Espaço CUCA que era destinado às produções dos CUCA's e o Lado C, que integrava os saberes e fazeres populares ao festival, se transformaram em um só.

Esse uno durará os cinco dias da Bienal, mas há meses ele já acontece. Em todo o país os CUCAs se organizaram e realizaram diversas atividades de interação entre as universidades e os Pontos de Cultura, através do Pontão de Cultura Circuito Universitário de Cultura e Arte.

O Espaço CUCA desta edição mergulhará nas Raízes do Brasil através da mistura, da fusão de ritmos, cores, sabores e opiniões, homenageando o modernista, poeta, escritor e pesquisador Mário de Andrade (1893-1945).

Criador do Movimento Modernista Brasileiro, de Macunaíma, do Manifesto Pau-Brasil e do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, só pra citar algumas obras do cidadão e artista Mário, ele realizou em 1938 a Missão de Pesquisas Folclóricas. Naquela época ele estava à frente do Departamento de Cultura da Municipalidade Paulistana e enviou quatro pesquisadores a alguns estados brasileiros para registrar a diversidade do norte e nordeste do país. A iniciativa foi pioneira. Era a primeira vez que se registrava como se expressavam - sobretudo no âmbito musical - as pessoas que viviam quase isoladas do restante do país.

A Missão foi interrompida quando Mário foi afastado da Secretaria. Sua utopia certamente queria chegar a mais que os 1200 fonogramas recolhidos de Côco, Samba de Roda, Cantigas de Santos, Cantigas de Orixás, entre muitos outros ritmos e ritos.

No rastro de sua iniciativa vieram muitas outras que, se não tiveram o viés do registro, tinham o grande desejo de conhecer e se reconhecer em nossa diversidade distribuída pelos 27 estados brasileiros.
Assim também nós nos dirigimos à 6a Bienal de Cultura da UNE, saindo de nossos Estados, trilhando novos caminhos, criando novas paradas, observando as mudanças de clima, conhecendo gentes, músicas, olhares, corpos, enfim culturas diferentes dentro de um mesmo país, frutos de nossas raízes.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Orquestra de Atabaques" - O Sagrado e o Profano no Espaço CUCA da 6a Bienal de cultura da UNE

Cia. Opaxorô


O espetáculo "Orquestra de Atabaques", da Cia. de Dança Opaxorô, tem como proposta cênica mostrar os aspectos sagrado e profano do instrumento, e vai aquecer a programação do Espaço CUCA na 6a Bienal de Cultura da UNE, entre 20 e 25 de janeiro de 2009, em Salvador.

Com elenco formado por 45 integrantes entre dançarinos e músicos o espetáculo tem duração de pouco mais de uma hora e é composto por 12 atos. No palco, a Cia fará um Xirê (evocação) que vai de Exu a Oxalá, com músicas populares reverenciando as divindades africanas. As canções serão acompanhadas por instrumentos de corda, a exemplo do violoncelo que em harmonia com a percussão dos atabaques darão o ritmo da apresentação.

O espetáculo "Orquestra de Atabaques" é uma apresentação envolvente que une o sagrado e o profano entorno do atabaque, como explica o diretor musical da montagem, Ubiratan Assis. "O espetáculo tem como proposta cênica a valorização da cultura afro-brasileira, tendo como foco central o atabaque, que é um instrumento percussivo rico em sonoridade na música baiana, e como elemento sagrado dos rituais litúrgicos do candomblé".

Para compor o repertório Ubiratan conta que foram pesquisadas canções que evidenciam os orixás. Ao todo a Cia selecionou 20 músicas populares, entre elas cinco lendas que contam a história dos orixás Exu, Ossaim, Oxumaré, Logun Edé e Nanã.

O atabaque – As cerimônias litúrgicas do candomblé são acompanhadas por três atabaques, Rum; Rumpi e Lê. Este conjunto é essencial para a evocação dos orixás. Os toques repicados pelos atabaques identificam a nação das casas de candomblé e dão o compasso para as danças das divindades africanas. O atabaque é uma variação dos tambores encontrados em escavações em sítios arqueológicos do continente africano, confeccionados há 6 000 A.C.

A Cia Opaxorô – A Cia Opaxorô é fruto do trabalho artístico desenvolvido na Apae Salvador ao longo desses 40 anos. O grupo tem em seu currículo grandes espetáculos que mesclam o uso da dança e da música, entre eles, Bahia Cantos e Encantos, Contando Histórias e Filhos da Bahia. A Opaxorô atua sob a ótica inclusiva, cuja formação integra jovens com deficiência mental e oriundos da comunidade atendidos pelo Projeto Arte Viva, que desenvolve oficinas de arte-educação.


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Paula Damasceno
Coordenadora do CUCA da UNE Bahia
Coordenadora do Espaço CUCA - Cultura e Juventude da 6a Bienal de Cultura da UNE
71 3283 7688
71 9953 5087

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Samba de Roda do Recôncavo Baiano na 6a Bienal de Cultura da UNE

Dona Dalva, do grupo Suerdieck

Os Sambadeiros e Sambadeiras do Recôncavo estarão do Espaço CUCA da 6a Bienal de Cultura da UNE.

Uma das principais matrizes do samba brasileiro, o samba de roda foi registrado como patrimônio cultural imaterial pelo Iphan, em 2004, e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco no ano seguinte.

Manifestação musical, coreográfica, poética e festiva, está presente em todo o estado da Bahia, mas muito particularmente na região do Recôncavo - faixa de terra que se estende por trás da Baía de Todos os Santos.

Entoando cantos estróficos e silábicos, seguidos de pandeiros, viola, prato-e-faca, os sambadores e sambadeiras se organizam em círculo e dançam, dentro da roda, o famoso miudinho - movimentos de sapateados para frente e para trás, com os pés, acompanhados dos quadris. Dentro de casa ou ao ar livre, em um bar, uma praça ou um terreiro de candomblé, não há ocasiões exclusivas para realização do samba de roda, que é dançado tanto em festas católicas, como o Cosme e Damião; quanto em tradições religiosas afro-brasileiras, como os ritos nagô.

Serão duas apresentações: a primeira no dia 21, no Terreiro de Jesus, às 21h 30m e a segunda no dia 22 de janeiro, no Espaço CUCA, no Passeio Público às 18h 30m.


Axé!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

FUSÃO | ESPAÇO CUCA + LADO C

A palavra fusão é utilizada tanto em processos físico-químicos , como na montagem de um filme, como nas relações políticas, como em processos gerais de mistura, toda vez que se deseja passar, mudar de um "estado de coisas" para outro . Em outras palavras, é um estágio da transformação, mola mestra da cultura brasileira.

A 6ª Bienal de Arte e Cultura da UNE irá promover em 2009 a fusão de dois espaços separados em edições anteriores do festival: o Espaço CUCA – Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE e o Lado C (comunidade). O primeiro, espaço alternativo da Bienal, destinado à mostra das produções dos CUCA's, uma rede nacional de juventude de Pontos de Cultura. O segundo, promovia a interação dos participantes da Bienal com as comunidades locais, através da visita programada a diversos outros Pontos de Cultura, centros de referência em produção e valorização da cultura nacional.

Mas, o quê significa esta fusão?

Passagem de tempo, mudanças, alianças, políticas públicas, misturas, tudo isso e mais: movimento e transformação. Essa é a nossa fusão, como movimento transformado em novo movimento, mais forte, numa rede de juventude melhor alinhavada.

Nossa fusão Espaço CUCA – Lado C irá ter uma duração de cinco dias na Bienal, mas na realidade já começou. Em todo o país os CUCAS se organizam e começam a realizar essa interação entre as Universidades com os Pontos de Cultura ou, do saber acadêmico e os saberes populares, através do Pontão de Cultura Roda Rede dos CUCA's da UNE.

CULTURA E JUVENTUDE

Em 2009 não seremos mais os mesmos e ainda seremos os mesmos, pois é característica da fusão manter elementos da composição anterior dentro da nova criada, potencializando esses elementos num novo corpo.

Faz parte também desse movimento o Estado, que no ínterim entre a 5ª e a 6ª Bienal de Arte e Cultura da UNE, 2007 e 2009, fomentou ainda mais a organização de diversos movimentos sociais criando espaço de debates, fóruns e comissões nacionais deliberativas

O Espaço CUCA então mergulhará nas Raízes do Brasil, tema desta Bienal, através da mistura, da fusão de ritmos, cores, sabores e opiniões na formação e sentido do povo brasileiro; mas também através da solidificação da interação entre políticas públicas para a cultura e para a juventude.

foto: lado c | lapa 2007


Justificativa

As Bienais da Une sempre foram um referencial no que diz respeito a produção da juventude universitária brasileira. Nesta versão este panorama se amplia, na medida em que a 6ª Bienal da UNE aceitará propostas de estudantes secundaristas, ampliando o raio de conhecimento da produção estética jovem em todo o território brasileiro. Vale dizer também que em 2009, concomitante a Bienal, será realizada a I Trienal Latino Americana de estudantes, em parceria coma OCLAE – Organização Latino Americana e Caribenha de Estudantes, assim construiremos um ambiente mais amplo e melhor representativo dos anseios culturais da juventude.

Desta forma nossa intenção é construir um fórum deliberativo entre as organizações de juventude brasileiras pautado nas resoluções da I Conferência Nacional de Juventude, relativas à Cultura sendo elas:

Resultado do Momento Interativo

Prioridades da Conferência Nacional de Juventude

  • Fortalecimento institucional (3ª, 531 votos) | Aprovação pelo Congresso Nacional do marco legal da juventude: regime de urgência da PEC n.º 138-B/2003, Plano Nacional de Juventude e Estatuto dos Direitos da Juventude PL 27/2007.
  • Cultura (9ª, 453 votos)| Criação, em todos os municípios, de espaços culturais públicos, descentralizados, com gestão compartilhada e financiamento direto do estado, que atendam às especificidades dos jovens e que tenham programação permanente e de qualidade. Os espaços, sejam eles construções novas, desapropriações de imóveis desocupados ou organizações da sociedade civil já estabelecidas, devem ter condições de abrigar as mais diversas manifestações artísticas e culturais, possibilitando o aprendizado, a fruição e a apresentação da produção cultural da juventude. Reconhecer e incentivar o hip hop como manifestação cultural e artística.
  • Cultura (17ª, 283 votos) | Estabelecimento de políticas públicas culturais permanentes direcionadas à juventude, tendo ética, estética e economia como pilares, em gestão compartilhada com a sociedade civil, a exemplo dos Pontos de Cultura, que possibilitem o acesso a recursos de maneira desburocratizada, levando em consideração a diversidade cultural de cada região e o diálogo intergeracional. Criação de um mecanismo específico de apoio e incentivo financeiro aos jovens (bolsas) para formação e capacitação como artistas, animadores e agentes culturais multiplicadores
  • Cultura (22ª, 247 votos) | Estabelecimento de cotas de exibição e programação de 50% para a produção cultural Brasileira, sendo 15% produção independente e 20% produção regional em todos os meios de comunicação (TV aberta e paga, rádios e cinemas). Valorização dos artistas locais garantindo a preferência nas apresentações e prioridade no pagamento. Entender os cineclubes como espaços privilegiados de democratização do áudio visual.

Desta forma dentro do evento, onde jovens de todo o território brasileiro irão apresentar suas peças, músicas, obras visuais, vídeos e pesquisas, construiremos um fórum entre representantes de cultura do CONJUVE - Conselho Nacional de Juventude - e dos representantes do CNPC - Conselho Nacional de Pontos de Cultura, para propor medidas a curto e médio prazo, no intuito de fortalecer as decisões da Conferência Nacional, citadas acima, além de medidas de implantação das mesmas em parceria com as Instituições da sociedade civil e do Estado.

Cronograma do espaço CUCA para a VI Bienal da UNE:

DIAS: 21 A 23 - 9h/12h – Oficinas

DIAS: 21 A 23 - 12h/14h – Mostra de Música Universitária (gravação ao vivo)

DIAS: 21 A 23 - 14h/17h – Debates

DIAS: 23 A 24 - 18h/20h – Mostra Convidada

DIA: 24 – 09h/12h – Visitas aos Pontos de Cultura

Dia 23 – 10h/12h – Fórum juventude e cultura com os representantes da Comissão Nacional de Juventude e Comissão Nacional dos Pontos de Cultura